1 de abril de 2010

Seguro de carro está mais caro para jovens

Fonte: MidiaSeg - Por TACIANA GÓES - Data 01/04/2010

Carlos Sarmanho Júnior, de 23 anos, é estudante de administração, mora no bairro de Monsenhor Fabrício, estagia em Boa Viagem e estuda à noite. Mesmo motorizado com um Fiat Siena 2006, o jovem não conta com seguro automotivo.

Infelizmente ele pertence à faixa etária mais cara classificada pelas seguradoras como "idade de risco" e por isso expõe seu carro à violência do trânsito, assaltos e até panes mecânicas. "Meu seguro deu R$ 2 mil, um valor muito alto para o pouco que ganho. Tenho outras prioridades", explica o estudante. Para piorar, o valor geral do seguro subiu cerca de 20% em 2010, comparado ao ano de 2009, segundo o vice-presidente da Federação Nacional dos Corretores de Seguro para o Nordeste (Fenacor\/NE), Carlos Valle.

A alternativa para Júnior é fazer uma nova cotação (ele só pesquisou no Bradesco), mas desta vez no nome do seu pai, que tem mais de 50 anos. "Sei que como sou menor de 25 anos é mais caro, até porque a gente que é jovem tem mais risco.

Eu mesmo já me envolvi em uma batida no estacionamento do Centro de Convenções, uns seis meses depois de tirar minha carteira de habilitação", lembra Júnior.

De acordo com Carlos Valle, a conduta ao volante e a rotina da faixa etária de 18 anos a 25 anos são decisivas para esta diferença de preço. "O jovem expõe mais o veículo ao risco, sai à noite para baladas, gosta de velocidade e geralmente deixa o carro estacionado na rua", argumenta Valle.

Sua justificativa ganha força com os dados da Secretaria Estadual de Saúde. Cerca de 26% das mortes por acidentes de trânsito, entre janeiro e setembro de 2009, são de pessoas com idades entre 20 e 29 anos. Ou seja dos 946 óbitos registrados, 246 eram jovens. O acidente envolvendo o casal Juliana da Fonte, 15 anos, e Leonardo Feeburg Pereira, 20, no último fim de semana no Cabanga, reforça esta estatística.

Numa simulação de seguro pela SulAmérica, uma apólice nova (sem bônus) para um Peugeot 206, ano 2006, de um homem, casado, morador do bairro das Graças, com 52 anos, custa R$ 2.154,24. Alterando apenas o ano de nascimento, com o mesmo perfil, sem mudar as condições da apólice, mas para um jovem de 24 anos, este preço sobe para R$ 3.575. Uma diferença de R$ 1.420, cerca de 40% de aumento.

É por esses e outros motivos que apenas 25% da frota pernambucana é assegurada, segundo a nova presidente do Sindicato dos Corretores de Seguro de Pernambuco (Sincor\/PE), Cláudia Cândido. "Apesar do alto custo dos seguros para jovens, eles sabem do risco e por isso procuram sempre as seguradoras. Já os condutores casados e acima de 35 anos pagam bem menos", explica Cláudia.

A esteticista Célia Fedele, 53, desembolsou no ano passado R$1,5 mil para assegurar seu Polo Volkswagen, mas já se prepara para o mês de junho, quando termina o prazo. "Acho que nós pagamos por aqueles mais jovens que vivem batendo, mas não justifica esses aumentos abusivos".


Mulher tem mais vantagem no preço do seguro


Vários fatores são determinantes para este acréscimo, segundo os especialistas.

Desde o roubo de veículos, ao número de acidentes e aumento no preço das peças de reposição.

De acordo com Carlos Valle, o Recife tem ainda o seguro mais caro de todo o Nordeste, devido os altos índices de violência. "O valor do seguro é uma caixa-preta, pois depende do perfil do motorista, do tipo do carro e até do bairro onde mora. Algumas localidades do bairro de Boa Viagem, por exemplo, chegam a dobrar o preço do seguro", explica.

A mulher tem a vantagem de preços mais baratos, pela sua rotina mais caseira e até pela cultura machista, que a coloca mais no banco de passageiro do carro do marido. A SulAmérica Seguros explorou isso e criou o Seguro Auto Mulher, voltado para este perfil. Prudentes no trânsito, as mulheres se envolvem menos em acidentes e, quando isso ocorre, causam pequenos danos, cujo custo do conserto muitas vezes é inferior ao valor da franquia, o que faz com que não acionem o seguro.

Além disso, tem a opção de contratação da franquia zero. "A opção de franquia zero no primeiro sinistro foi criada porque a mulher é mais cautelosa no trânsito", diz Carlos Alberto Trindade Filho, vice-presidente de Automóvel da SulAmérica.

Se dependesse do número de roubos e furtos de veículos, a Secretaria de Defesa Social (SDS) dá provas de que o certo seria o seguro diminuir.

No primeiro trimestre de 2010 (até segunda-feira), 560 automóveis foram roubados de seus donos no estado, contra 648 do ano passado. O que significa uma redução de 14%.

A SDS não soube informar o número de veículos recuperados. Já em relação as motos houve um crescimento de 20% no percentual de roubos.

Para o analista financeiro Roberto Ferreira, outro fator para o preço do seguro ser alto é o fato de nem todo mundo fazer. "Claro que aumenta por causa da violência, principalmente alguns tipos de carros e motos, que são mais cobiçados", diz.

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