19 de agosto de 2009

Pequenos erros do cliente levam à perda da cobertura do seguro

Fonte: O Globo - Data: 19/08/2009

A seguradora disse não. Atordoado com o prejuízo, o cliente reclama com a atendente de telemarketing, recorre à Justiça, cria um site de protesto. Muitas vezes sua briga é justa, mas em grande parte dos casos a cobertura é negada por erros do próprio segurado - erros que nem sempre são intencionais.

Todo contrato de seguro começa com um questionário que vai definir o perfil do usuário. É aquela folha de papel que receberá as informações mais importantes para determinar o custo da apólice. Aí, um cliente impaciente preenche as linhas sem capricho. Diz que é o principal condutor, quando todos os dias seu filho de 19 anos usa o carro para ir à faculdade. Afirma que tem garagem coberta em casa, quando, na verdade, o carro é um sem-teto, dorme na rua. Deus o livre e guarde, mas se o pior acontecer...

Como não correr riscos de perder a cobertura

- O segurado tem que se preocupar em passar as informações com transparência, pois seguradoras partem do princípio que o cliente age de boa fé ao fornecer seus dados. Ser coerente ao dizer qual a quilometragem média rodada por mês e preencher corretamente os endereços de casa e do trabalho, entre outras ações, evitam grandes aborrecimentos - afirma Carlos Alberto Trindade Filho, vice-presidente de Planos Elementares da SulAmérica Seguros.

Intencional ou não, uma fraude é sempre uma fraude
As seguradoras têm seus motivos. Hoje, cerca de 10% das indenizações pagas são fruto de fraudes. É um valor significativo, pois apenas em 2008 foram gastos R$ 11 bilhões em cobertura por roubo de veículos no Brasil. Essa conta inclui desde acidentes criminosamente forjados até atos considerados lícitos pelos clientes, como assumir a culpa em uma colisão para reparar o carro de um terceiro que não tinha seguro.

- Às vezes o consumidor acha que agir assim é normal. "Seguro foi feito para isso", pensam. Muitas pessoas não entendem o que é uma fraude. No fim, todos pagam, pois tais práticas aumentam ainda mais o custo das apólices - diz Carlos Alberto.

As seguradoras também podem negar a cobertura caso seja comprovado que houve imprudência do motorista: sofrer um acidente por andar em alta velocidade sobre piso molhado, colidir ao avançar um sinal de trânsito ou por trafegar pela contramão, por exemplo.

Direitos e obrigações nas entrelinhas

Acidentes ou defeitos causados por negligência na manutenção do carro também podem levar à perda da indenização. É o que acontece quando fica comprovado que o motor quebrou por falta de óleo.

Em qualquer desses casos, cabe à seguradora provar que houve imprudência ou negligência. Este é o papel das equipes de vistoriadores treinados para detectar a falta de cuidado.

Dois atingidos e um fujão
A maioria das negativas envolve terceiros. Eis um exemplo real: um carro seguia por uma via expressa quando foi abalroado por outro. O automóvel atingido foi jogado para cima de outro veículo, mas o carro que deu início à confusão fugiu.

O dono do segundo veículo atingido solicitou a cobertura do terceiro à sua seguradora, mas havia um detalhe: o boletim de ocorrência, no qual ambos narraram que a culpa cabia a um motorista que sequer parou. A indenização ao terceiro foi negada.

Opções erradas na hora de fazer um contrato também podem causar prejuízos. Para baixar o preço pago pela apólice, o médico Luís Henrique Rocha optou por um seguro com franquia elevada, que é o valor pago pelo cliente em caso de sinistro. Mês passado, seu Mégane derrapou na pista suja de óleo e bateu em um barranco:

- Tive que pagar R$ 3.900 de franquia, o triplo do normal para meu carro e perfil. Achava que jamais usaria o seguro e, por isso, não me importava com o quanto teria de pagar em caso de acidente.

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