24 de novembro de 2005

Seguro de carros sobe até 120%

Fonte: Diário do Grande ABC - Data: 24/11/2005
Mariana Oliveira

Renovar o seguro de carro no Grande ABC pode custar até 120% mais, ou seja, mais do que o dobro do que foi pago na contratação do serviço ou na renovação anterior. E o motivo para a elevação de preços está nos alarmantes índices de roubos e furtos de veículos na região, de acordo com a regional do Sincor (Sindicato dos Corretores de Seguro do Estado de São Paulo) no Grande ABC. É o que os corretores chamam de aumento da sinistralidade, fato que afeta mesmo os clientes que supostamente têm bonificação por não acionarem a seguradora durante a vigência do contrato.

Dados da Secretaria Estadual de Segurança Pública mostram que o número de veículos roubados e furtados aumentou 3,76% neste ano no Grande ABC – passou de 16.235 de janeiro a setembro de 2004 para 16.846 mil no mesmo período de 2005. Apesar de o aumento ser relativamente baixo, duas cidades da região apresentaram elevações expressivas nos índices: São Bernardo (27,67%) e São Caetano (52,52%).

Segundo o diretor do Sincor no Grande ABC, Carlos Alberto Pelais, além do índice de ocorrências registrado na região, cada companhia tem um ranking de veículos com maior incidência de ocorrências, o que também influencia na formação dos preços.

Outro agravante destacado pelo diretor do Sincor são os incidentes por perfil de condutor, que fazem com que a companhia reajuste mais os valores em determinadas faixas etárias. Por conta disso, alguns veículos, perfis e regiões podem ter aumento maior em uma companhia e reajuste inferior em outra.

Pelais destaca ainda que os reajustes no Grande ABC e na zona leste de São Paulo são os maiores do país. "São regiões com maior índice de roubos, por isso os preços dos seguros são os mais altos. Aumento de até 120% foram verificados recentemente em tipos de carros específicos, como a Parati. Existem alguns veículos que viraram o terror das seguradoras, como as Paratis e os carros flex."

Fuga de clientes – Para Leonardo Damas, proprietário da Corretora Berdam, de Santo André, consumidores de sua carteira de clientes verificaram aumento de até 110% na renovação do seguro nos últimos meses. "Nem o bônus ajuda. O aumento está bem elevado." Ele explica que na cidade de Santo André, por exemplo, a elevação pode ser ainda mais expressiva devido ao maior número de sinistros. "A diferença é brutal. Tenho um cliente que mudou de Santo André para São Bernardo, cujo seguro caiu R$ 300."

Na corretora Santos & Sabadin, de Santo André, a elevação de preços também chegou a 120%. De acordo com a proprietária, Patrícia Sabadin, devido ao aumento expressivo muitos consumidores relutam em renovar o seguro, mesmo com outra seguradora, já que o valor continua, na maioria das vezes, bem superior ao que pagava anteriormente. "Nesses casos, temos de convencer os consumidores de que não dá para ficar sem seguro."

Seguradoras – De acordo com o diretor de Automóveis da Fenaseg (Federação Nacional das Seguradoras), Ricardo Xavier, não existe nenhuma regra que regule ou limite os reajustes dos seguros, uma vez que cada companhia aumenta os valores conforme a incidência de sinistros entre a carteira de clientes. "A fraude às seguradoras também pesa bastante. Calculamos que 10% dos sinistros pagos sejam provenientes de fraudes. Quem paga por isso é o próximo cliente."

Para o superintendente-executivo técnico da Bradesco Seguros, Fernando Cheade, a seguradora também registrou índices de sinistralidades mais elevados na região do que a média nacional. "Em casos como o do Grande ABC, o que mais pesa realmente são os roubos e furtos. Porém, fatores como preços de peças automotivas também ajudam a compor os valores."

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