22 de outubro de 2005

COMO ESCOLHER O SEGURO DE CARRO MAIS ADEQUADO

Fonte: Diário do Grande ABC

É enorme a variedade de planos das 56 seguradoras de automóveis no país. Como comprar o melhor pelo menor preço?
Estima-se que foram roubados no ano passado 380.000 carros no país. Com uma estatística dessas, você já está cansado de saber que carro é um bem importante para ficar sem seguro. Mas qual seguro é adequado para você? O que oferece reserva ou reembolso de táxi? Apólice por valor de mercado referenciado ou valor determinado? Hoje 56 seguradoras operam no mercado de seguros de automóveis no Brasil. Cada uma delas tem, pelo menos, três tipos de plano para oferecer e uma variedade de itens opcionais que vão do pagamento de passagens de avião até cobertura especial para reparo ou troca de vidro em caso de quebra. É um quadro muito diferente do de seis anos atrás, quando só se segurava carro no Brasil por valor médio de mercado e a única cobertura opcional era a assistência técnica 24 horas. Com tanta oferta, a questão a ser respondida na hora de fechar o negócio é: como conseguir a melhor cobertura pelo menor preço? Para ajudá-lo a escolher um seguro adequado, MEU DINHEIRO consultou especialistas do mercado e elaborou a seguinte lista de itens para você tomar a melhor decisão.

1 - VALOR DA APÓLICE DE UMA MESMA COMPANHIA PODE VARIAR DEPENDENDO DO CORRETOR
É normal um plano de uma mesma seguradora ser oferecido por diferentes preços pelos corretores, assim como o preço de uma passagem para um destino numa mesma companhia aérea pode mudar dependendo da agência de turismo que a revende, mas não atenha-se somente ao preço. Um bom corretor não só deve lhe mostrar orçamentos de diversas seguradoras como também indicar qual a cobertura mais adequada para o seu caso. O corretor deve ser habilitado, uma forma de verificar sua situação é por meio da Federação Nacional de Corretores de Seguros (www.fenacor.org.br)

2 - MODELOS MAIS VISADOS PELOS LADRÕES CUSTAM MAIS CARO
Fazer um seguro significa dividir com outros segurados e com a seguradora um risco que, de outra forma, você precisaria assumir sozinho. Quanto maior o risco de um sinistro, mais segurado tem que pagar para fazer parte da turma. Suponha que a seguradora X tenha muitos clientes com altos índices de roubo de Vectra 2002, por exemplo. O risco que essa seguradora está assumindo para esse modelo é grande. Isso significa uma apólice mais cara nessa seguradora do que em outra na qual os donos de Vectra 2002 não estejam com tanto azar assim. Esses índices variam não só de seguradoras mas de mês para mês - mais uma razão para ter vários orçamentos em mãos antes de decidir.

3 - INCLUIR MUITAS COBERTURAS OPCIONAIS PODE NÃO SER NECESSÁRIO
Carro reserva, despesas extras com táxi, cobertura especial para reparos de vidros...São muitas as alternativas de coberturas especiais e é preciso cuidado para não acabar pagando por coisas que talvez você possa dispensar. Na maior parte das seguradoras, o cliente que se dispuser a pagar um adicional de 10% recebe 1,2 mil reais para pagar despesas com táxi enquanto ficar sem carro. "Já o carro reserva é interessante para quem não tem outra forma de chegar ao trabalho", diz Marcelo Goldman, diretor executivo da AGF Brasil Seguros.
"Quem tem um segundo carro ou conta com a opção de metrô ou ônibus poderia abrir mão disso". Na AGF, por exemplo, cinco dias de carro reserva fazem parte de qualquer plano. Quem quiser se garantir para dez ou 15 dias terá que desembolsar até 100 reais a mais.

4 - VOCÊ CONTINUA COM DIREITO AO BÔNUS MESMO SE MUDAR DE SEGURADORA
Quanto maior o tempo sem acionar o seguro, mais descontos você tem na hora da renovação. Em geral, se no período de um ano seu carro não foi roubado e você não bateu, ganha 10% de desconto. Dois anos 15%. Os percentuais sobem até 30%, o máximo de desconto concedido no mercado. Há corretores que trabalham com uma única empresa e dizem aos clientes que, se eles mudarem de seguradora, vão perder o bônus. Isso não é verdade. A bonificação pode ser transferida de uma empresa seguradora para outra sem problemas.

5 - ATÉ O BAIRRO ONDE VOCÊ MORA PODE INTERFERIR NO PREÇO
Se você usa o carro numa cidade com alto índice de criminalidade vai pagar mais alto do que quem dirige numa cidade mais segura. O risco de seu carro ser roubado ou furtado é maior em São Paulo do que em qualquer cidade do Brasil. Por isso, o seguro de um determinado carro na cidade de São Paulo pode custar mais do que o dobro do que o de um mesmo modelo numa cidade do interior do estado, como Marília. Na Porto Seguro, por exemplo, a apólice de um Gol 1.0 Plus 8 válvulas, modelo 2002 a gasolina, custa quase 130% a mais em São Paulo do que em Marília.
A seguradora também cobra preços diferenciados de acordo com o grau de criminalidade do bairro onde o motorista mora, no caso de São Paulo. E, se o carro fica guardado numa garagem em tempo integral, você pode pagar ate 5% a menos do valor da apólice do que se ele dormir ao relento.

6 - NEM TODOS SÃO IGUAIS PERANTE A LEI DOS SEGUROS
Idade sexo, estado civil e o fato de ter ou não filhos são fatores que influenciam no preço. Na AGF Brasil Seguros, por exemplo, o valor do seguro de um Palio ELX 1.0, 16 válvulas, quatro portas, ano e modelo de fabricação 2001, pode variar de cerca de 1175 até 2432 reais por ano - 106% a mais - dependendo do perfil do motorista. Uma mulher casada, com filhos, 33 anos e com garagem em tempo integral vai pagar o valor mais baixo. Um homem solteiro, sem filhos, 21 anos e sem garagem vai pagar o segundo valor. "Geralmente, essa é a frase da faculdade", afirma Goldman. "Eles param o carro na rua, saem mais à noite e tomam bebida alcoólica. O risco de um acidente ou um roubo é maior". Para determinar o perfil do segurado é preciso responder a um detalhado questionário. Em caso de sinistro, as seguradoras fazem uma investigação para saber se o segurado não mentiu para obter desconto indevido. Se for comprovada uma fraude, a empresa tem o direito de não pagar a indenização. Mas isso não significa que ninguém da sua família vá poder dirigir o seu carro. A seguradora deve cobrir o prejuízo se seu filho de 18 anos estava dirigindo o carro no momento em que ocorreu um acidente, se você for realmente o usuário principal.

7 - O VALOR DE MERCADO SEGUE SEM DESTINO CERTO
O seguro por valor de mercado é o mais praticado pelas seguradoras. Em geral, elas têm como referência a tabela da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Fipe. É possível optar por receber uma indenização acima ou abaixo do preço da tabela. A maioria das empresas trabalha com limite máximo de 130% e mínimo de 90% de variação. Se o seu carro é um Gol 1.0 16 válvulas, por exemplo, que vale alguma coisa como 16 mil reais, você vai receber 16 mil reais se escolheu a apólice normal. Se preferir 130% da tabela, a seguradora vai lhe pagar 20,6 mil reais de indenização em caso de sinistro. Para isso é preciso pagar cerca de 3% a mais pela apólice. Se optar por receber 90%, paga cerca de 2% a menos. A apólice está sempre vinculada às variações do mercado. Se o preço do carro cair, o que você tem direito a receber cai na mesma proporção.

8 - DETERMINAR O VALOR QUE SE QUER RECEBER DE INDENIZAÇÃO PODE DAR MAIS SEGURANÇA, MAS CUSTA MAIS CARO
O seguro por valor determinado é aquele em que você decide, dentro de determinados limites, quando quer receber em caso de roubo ou perda total e custa cerca de 15% a mais que o por valor de mercado. O seguro por valor determinado é mais indicado para quem quer ter certeza do dinheiro que vai receber quando houver um sinistro. É o caso de quem compra um modelo de carro importado ou de séries especiais, que podem sofrer desvalorização superior a 15% ao ano.

9 - A FRANQUIA REDUZIDA É MAIS CARA, MAS É UMA BOM NEGÓCIO PARA QUEM BATE O CARRO COM FREQÜÊNCIA
Sempre quer precisar usar o seguro é preciso pagar uma taxa, a chamada franquia obrigatória. Existem duas outras opções de franquias: a reduzida e a dobrada. A reduzida, na maioria das seguradoras, equivale a 50% da franquia obrigatória e é indicada para motoristas distraídos que vivem batendo o carro no portão de entrada de casa ou em outros carros. Ao contratar a franquia reduzida, a apólice de seguro aumenta entre 20% e 25%. No caso da franquia dobrada, o segurado se dispõe a pagar o dobro da franquia obrigatória, mas ganha uma redução de 20% no preço da apólice.

10 - A INDENIZAÇÃO A TERCEIROS DEVE SER SUFICIENTE PARA COBRIR INTERNAÇÃO DE, PELO MENOS, TRÊS PESSOAS
Mais de 60% dos carros que circulam no Brasil não estão no seguro. Se você bater num deles e a culpa for sua, terá que arcar com as despesas do conserto do outro. Ao optar por uma cobertura contra terceiros, a seguradora paga indenização até o limite fixado na apólice. Quando mais alto esse limite, mais cara é sua apólice. Mas, que cobertura contratar, já que não há regulamentação que fixe limite mínimo e máximo? Os especialistas consultados por MEU DINHEIRO recomendam 50 mil reais. "É um valor que pode até cobrir batidas em carros mais caros. Não vale a pena escolher um valor de 20 mil reais e correr o risco de não ter como pagar o conserto de um carrão", diz Luiz Pomarole, diretor da Porto Seguros. "A diferença no valor da apólice que cobre 50 mil reais e da que cobre 20 mil é de cerca de 20 reais". Em caso de danos pessoais, quando pessoas se ferem num acidente, o ideal é contratar pelo menos 100 mil reais, segundo o pessoal do mercado". "É um valor suficiente para cobrir internações de duas ou mais pessoas ou até mesmo pagar um indenização, em caso de processo judicial", afirma Goldman, da AGF. Para contratar uma aplicação de 100 mil reais pagam-se 40 reais a mais do que por uma cobertura de 50 mil reais.

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